Desmatamento no Brasil
O desmatamento é o processo de desaparecimento de
matas, fundamentalmente causado pela atividade humana.
O Brasil é o segundo país com a maior cobertura
vegetal do mundo, ficando atrás apenas da Rússia, entretanto, o desmatamento está
reduzindo de forma significativa à cobertura vegetal no território brasileiro.
São aproximadamente 20 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa desmatada
por ano em conseqüência de derrubadas e incêndios. Conforme cálculos do
Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, a área desmatada na Amazônia até o ano
de 2002 era superior ao tamanho do território francês. Isso se deve
principalmente à extração de madeira e atividade agropecuária. De
acordo com pesquisas do Ministério do Meio Ambiente, foi constatado que
80% da extração da madeira na Amazônia ocorrem de forma ilegal. A Mata
Atlântica perdeu aproximadamente 93% da sua cobertura vegetal, restando apenas
7%. Do território brasileiro, 15% era ocupado pela a Mata Atlântica. Hoje é
considerada a quinta área mais ameaçada do planeta.
O desaparecimento de florestas no Brasil é causado
por três fatores principais: a obtenção de solo para a agropecuária, a
indústria madeireira, e a especulação imobiliária. Isso é fruto da falta da
consciência ambiental e da falta de fiscalização do governo sobre o cumprimento
das leis.
Consequências do desmatamento
Para que possamos lidar com o desmatamento, é
necessário conhecermos bem suas causas. Aqui estão listadas as principais
conseqüências da derrubada de matas.
Prejuízos ambientais
Perda de biodiversidade: Os
seres vivos que hoje estão nas vegetações nativas foram originados por um lento
processo evolutivo, que levou bilhares de anos. A perda da diversidade de
seres, além da perda de variedade genética, é um processo irreversível.
Degradação dos mananciais: A
retirada da mata que protege as nascentes causa sérios problemas ao bem que
está cada vez mais escasso em todo o mundo: a água. Isso ocorre
principalmente devido à impermeabilização do solo em torno da água.
Aterramento de rios e lagos: Com
o solo sem cobertura vegetal abundante, a erosão ocorre em intensidade e
freqüência espantosas, sendo o solo levado diretamente aos rios e lagos.
Lembrando que a erosão é a perda de solo causada por água e vento. Esse
processo faz com que o volume dos lagos seja limitado, e a vazão dos rios seja
comprometida.
Redução do regime de chuvas: Pode não parecer, mas a maior parte da água
das chuvas continentais vem das próprias áreas continentais, e não do mar. A
derrubada de grandes áreas com matas altera o clima das regiões, causando
normalmente períodos estendidos de estiagem.
Redução da umidade relativa do ar: A
transpiração das folhas seguida da evaporação é um dos principais reguladores
da umidade do ar, além de promover a regulação da temperatura nos ambientes em
que estão. A derrubada de matas deixa o ar mais seco e a temperatura mais
elevada e instável.
Aumento do efeito-estufa: As
florestas são grandes reservas de carbono, que guardam o carbono em sua
estrutura orgânica. Ao queimarmos essas florestas, quase todo o carbono
absorvido pelas plantas volta à atmosfera, causando considerável aumento no
efeito-estufa, tornando o planeta ainda mais quente.
Comprometimento da qualidade da água: A maior erosão e lixiviação causada pelo desmatamento
fazem com que a qualidade da água seja comprometida, tornando-a sempre turva e
muitas vezes imprópria para ao consumo.
Desertificação: A
retirada de matas associada a manejos inadequados do solo tem causado a
desertificação dos ambientes, onde a ausência de vida predomina.
Prejuízos socioeconômicos
Redução do turismo: As
áreas de mata nativa são sem dúvida um grande atrativo, principalmente ao
eco-turismo. Apesar disso, muitas cidades e estados não conhecem esse potencial
e não aproveitam. O desaparecimento de matas traz perdas incalculáveis e
irreversíveis ao turismo nesses locais.
Perda do potencial hídrico brasileiro: O
Brasil é a maior reserva de água do mundo. Com o desmatamento, há degradação
das nascentes e dos rios, descartando a possibilidade do Brasil se tornar
poderoso por possuir a maior parte desse bem tão essencial.
Perda do potencial farmacêutico: O
Brasil, possuidor da maior biodiversidade biológica do mundo, faz baixíssimo
proveito do potencial farmacêutico bilionário de suas plantas. Muitos dos
remédios e cosméticos que circulam pelo mundo são feitos com extratos de
plantas descobertas em nossas matas. Na verdade, não conhecemos nem a metade
das espécies que existem no nosso país. O desmatamento traz conseqüências
irreversíveis ao setor.
Perda do potencial genético: Poucos
sabem, mas o desenvolvimento da agricultura depende de programas de
melhoramento genético, que dependem diretamente de espécies nativas das plantas
cultivadas. A resistência a doenças e pragas é muitas vezes adquirida através
do cruzamento de parentes próximos nativos encontrados com a cultura em
questão.
Sendo assim, esta busca por
um desenvolvimento econômico imediatista é o principal responsável
pelos desmatamentos no Brasil, desprezando um possível desenvolvimento social e
ecológico o que futuramente acarretará problemas em grandes proporções.
Fontes:
Equipe
de Odontologia da EEFMT Profª Dagmar Ribas Trindade
Dr.
Fábio Augusto Baságlia
(CRO-SP:
47327)
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