segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nossas matérias


Alcoolismo na adolescência
 
Por que os jovens caem nesse vício?
 
Recentemente pesquisadores britânicos divulgaram um estudo que aponta que jovens que começam a beber antes dos 15 anos têm mais probabilidade de desenvolver o alcoolismo na vida adulta. Isso ocorre porque o cérebro dos adolescentes, em rápido desenvolvimento, fica programado para ligar o álcool ao prazer.
Fizemos uma enquete no canal Jovem e perguntamos o que pode ser considerado alcoolismo. Para 40% dos nossos leitores, alcoólatra é aquela pessoa que bebe todos os dias. Mas será que é isso mesmo que caracteriza um dependente de álcool? O psicólogo Márcio Regis explica que a principal característica de um jovem alcoolista é a dificuldade de decidir sobre o seu hábito de beber compulsivamente. “O alcoólatra bebe de forma abusiva sem saber o momento de parar. Já a pessoa que bebe social sabe o momento de parar de beber”. Ou seja, você pode beber socialmente todos os dias e não ser um alcoólatra, por outro lado pode beber esporadicamente, mas sem controle e ser considerado um dependente.

Por que os jovens entram nessa?

Moda, influência dos amigos, fuga dos problemas e até mesmo por influência da família. Muitos são os motivos que podem levar um jovem a desenvolver o gosto e o hábito de beber. Para a psicóloga Vanessa Muller, os jovens procuram por bebidas alcoólicas devido à pressão do grupo de amigos, desentendimento com os pais e mudanças provenientes da própria fase da adolescência.
Já outros jovens costumam desenvolver o vício porque encontram dentro da própria família pessoas alcoólatras, que acabam servindo de exemplo para eles. Márcio explica que o alcoolismo é uma doença biopsicossocial, ou seja, possui fatores genéticos, psicológicos e sociais; e as chances do filho desenvolver o alcoolismo tendo um pai alcoolista são maiores do que o filho que tem um pai que possui aversão ao álcool. “Isso se deve por questões genéticas ou por comportamento aprendido. Quando não genético, é comportamental, ou seja, o filho desde pequeno viu seu pai chegar bêbado em casa, presenciou brigas com sua mãe, apanhava do pai alcoolizado. Por observação, o jovem acredita que o modelo de homem e de pai é esse, de um homem violento, que bebe em excesso. O filho não possui outra referência de homem e acaba se espelhando nesse tipo de comportamento inadequado e patológico”.

Os prejuízos

São incontáveis os problemas que o álcool pode causar ao organismo. Claro que estamos falando aqui quando consumido em grandes doses, pois em pequenas quantidades ele não traz nenhum prejuízo à saúde. “A bebida não só causa danos psíquicos como também familiares, sociais, no trabalho, além de problemas físicos, causando até a morte. Entre as perdas psicológicas podemos destacar a depressão, baixa tolerância à frustração, amnésia, mudança de humor, sintomas de falta da droga, negação, depressão crônica, ansiedade, fobias, atenção e percepção, falta ou excesso de sono, baixa autoestima”, conta Márcio.

Como tratar?

O primeiro passo para o tratamento é a aceitação do vício, ou seja, a pessoa alcoolista precisa reconhecer sua dependência. “Muitas vezes o adolescente não percebe o quanto está dependente da bebida. Sendo assim, é preciso ajudar o jovem a reconhecer que tem um problema e que é necessário se tratar abstendo-se do álcool. Procurar ajuda especializada, e se envolver no problema, pois assim como o uso de drogas, o álcool também afeta e adoece a família como um todo”, esclarece a psicóloga Vanessa Muller.

Por se tratar de uma doença incurável, a terapia é extremamente favorável e necessária para aqueles que precisam de ajuda para combater o vício. Em alguns casos, o tratamento psiquiátrico com uso de medicações também é necessário. Além disso, as reuniões nos grupos A.A (Alcoólicos Anônimos)
também são de suma importância.

Márcio Roberto Regis é Psicólogo Especialista em Clínica Comportamental formado pela Universidade Tuiuti do Paraná.
Vanessa Muller é Psicóloga Clínica, com atuação em Psicodinâmica, especialização em Psicoterapia de adulto e adolescente.


Equipe de Psicopedagogia da EEFMT Professora Dagmar Ribas Trindade
Ana Maria C. Sartorato – RG. 11.159.933-7
Regina Célia S. Chicazawa – RG. 19.128.636-9

Nenhum comentário: