ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA
Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos
adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande
preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as
meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente
parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro.
Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool
entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra,
concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida
alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico
quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de
ecstasy numa festa, acham normal que eles bebam porque, afinal, todos bebem.
Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que
influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas
pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo, a pressão do grupo de
amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da
bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool,
a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a
bebida ocorra cada vez mais cedo.
Não é raro o problema começar em casa, com a
hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do
álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão vangloriando-se de serem
capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana.
Não se pode esquecer de que, em qualquer
quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas
mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode
esquecer também de que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e
atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários.
O uso frequente do álcool na adolescência produz
danos ao cérebro, afetando a memória e prejudicando a aprendizagem, além de
favorecer o desenvolvimento de problemas familiares, com violência inclusive, e
de uma vida sexual promíscua - o que se tornou um comportamento de alto risco
na era da AIDS. O problema é que na adolescência ocorre a fase de construção da
identidade. Portanto, é particularmente ruim que nessa idade o indivíduo se
habitue a experimentar situações específicas sobre o efeito do álcool:
festas, praias, namoros, relações sexuais ou afetivas. Assim, criam-se
associações entre o uso de bebidas e as sensações de prazer, de modo que o
consumo alcoólico vai se tornando freqüente, o que abre caminho
à dependência, que pode ser tanto física quanto psicológica. Segundo os
especialistas, a dependência decorre, entre vários fatores, de o álcool ser uma
droga que proporciona simultaneamente reforços positivos (desperta sensações de
prazer) e negativos (alivia sensações de desprazer). É comum, por exemplo, os
dependentes combaterem os efeitos desagradáveis da ressaca começando a beber
novamente. O fenômeno da dependência está associado ao da tolerância, isto
é, a necessidade de se ingerir mais rapidamente quantidades cada vez maiores de
álcool para se chegar ao estado de embriaguez. Desse modo, em vez de ficar
"alto" passa-se logo ao "chapado". A partir daí, os efeitos
da bebida podem ser devastadores tanto no nível social, quanto no
psicofisiológico.
Estudos apontam alguns sinais de alerta, para os
quais é bom estar ligado:
- Ficar de pileque em toda festa a que você vai;
- Sentir falta do álcool em situações sociais ligadas ao prazer;
- O fato de os outros repararem que você está se excedendo com frequência;
- Ingerir bebidas alcoólicas pela manhã;
- Arrepender-se frequentemente do que fez quando bêbado;
- Sentir frequentemente culpa por ter bebido;
- Já ter-se prometido beber menos e não conseguir;
- Esquecer-se do que fez na noite anterior, mesmo que os amigos lhe digam que você não apagou.
Sendo assim, é importante que o adolescente entenda
e raciocine sobre os riscos e prejuízos do álcool nesta fase da vida, para
evitar danos irreversíveis na fase adulta.
Fontes:
Equipe
de Odontologia da EEFMT Profª Dagmar Ribas Trindade
Dr.
Fábio Augusto Baságlia
(CRO-SP:
47327)
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