Diabetes e Mau hálito
Mau hálito ou halitose não é uma doença, mas sim um
sintoma de que alguma coisa não está bem no organismo. Entre os principais
problemas que podem ser associados estão os estomacais, bucais, respiratórios,
higiene e a alteração da taxa glicêmica. Vários estudos demonstram que na
grande maioria dos casos é a condição bucal do indivíduo que determina a
presença do problema. Entretanto, hoje existem 97 causas descritas que podem
ser relacionadas ao problema do mau hálito. O fato é que nem sempre a pessoa
que tem mau hálito sabe disso, pois existe um fenômeno chamado fadiga
olfatória, que se caracteriza quando o indivíduo se acostuma com determinados
cheiros e o seu nariz não percebe mais aquela informação. Nesse caso, cabe aos
que convivem com ele alertarem. A incidência de mau hálito em indivíduos que
têm diabetes é grande por conta do aumento da taxa glicêmica, que pode
ocasionar a queima de depósitos de lipídios, formando subprodutos chamados
corpos cetônicos, que podem ser liberados na respiração. Outra questão é que as
pessoas com diabetes tipo 1 e principalmente tipo 2 têm predisposição para o
desenvolvimento de doença periodontal; por isso, é importante que se faça um
acompanhamento médico e odontológico adequados.
Também é comum as pessoas acharem que balas e gomas
de mascar sejam “remédios” para a halitose. Isso apenas mascara o problema,
pois o uso rotineiro de guloseimas aumenta a frequência e concentração de
açúcar na cavidade bucal, o que eleva o risco de desenvolvimento de cáries. Já
o uso de creme dental (dentifrícios) só será eficaz após o tratamento da causa
do problema. Após isso, o seu uso adequado é importante para manter o paciente
em condição de saúde bucal.
Identificado ou comunicado sobre o odor estranho, o
paciente deve recorrer aos especialistas que podem ajudá-lo. Inclusive a pessoa
que tem diabetes deve ficar alerta para saber se tem mau hálito, ou quem
descobrir ter halitose deve pedir para que o médico capacitado avalie todas as
possíveis causas. O hálito cetônico nem sempre está presente ou é perceptível,
mas ele aparece com frequência. Vale lembrar que a monitorização do diabetes é
essencial para manter os níveis de glicemia dentro dos valores normais e evitar
complicações, como a halitose.
Além do tratamento indicado pelo especialista para
tratar o mau hálito, o paciente diabético deve lançar mão de outros cuidados:
- Os dentes devem ser escovados com cuidado;
- O uso do fio dental diariamente é fundamental
- Não se deve esquecer de higienizar a língua;
- Atentar para a alimentação: comer cenoura, maçã e outros alimentos fibrosos pode auxiliar na limpeza dentária e das gengivas;
- Ingestão de água é relevante.
FONTES:
Equipe
de Odontologia da EEFMT Profª Dagmar Ribas Trindade
Dr. Fábio Augusto Baságlia (CRO-SP: 47327)
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