segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Nossas matérias


Saúde Bucal na Infância e Alimentação Saudável

As doenças bucais são as mais frequentes entre as doenças crônicas, sendo consideradas problemas de saúde pública devido à sua prevalência, ao impacto que têm nos indivíduos e na sociedade, além do custo do tratamento.
Entre os agravos à saúde bucal em crianças destaca-se a cárie dentária, que continua a afetar bebês, pré-escolares e escolares em todo o mundo e pode levar à dor, dificuldades mastigatórias, problemas na função da fala, distúrbios gastrointestinais e problemas psicológicos.
A literatura científica tem indicado que a nutrição tem papel relevante na promoção de saúde bucal e na prevenção de agravos, já que, entre outros fatores:
1. Práticas alimentares adequadas durante a infância constituem fator essencial para o desenvolvimento anatômico e funcional da cavidade bucal e demais estruturas faciais em condições de normalidade.
2. Práticas alimentares que incluem o consumo frequente de determinados carboidratos representam “causa necessária” para a ocorrência de cárie dentária em crianças.
Primeiramente, a literatura tem mostrado que o aleitamento materno é um fator primordial no preparo e aprimoramento da condição neuromuscular das estruturas da face de cavidade bucal. Por outro lado, o uso de mamadeiras e chupetas desde as primeiras semanas de vida tem sido associado a condições patológicas como mordida aberta e protrusão acentuada dos dentes.
Evidências históricas e estudos epidemiológicos possibilitaram a compreensão de que a dieta, particularmente em termos de seu alto teor de carboidratos refinados, é uma variável de importância crucial no processo de cárie dentária. A sacarose é o mais cariogênico de todos os carboidratos e sua introdução já no primeiro ano de vida do bebê, época em que estão rompendo todos os dentes permite a implantação de bactérias cariogênicas além de sua influência sobre o paladar do bebê, determinando suas preferências alimentares futuras. Os padrões dietéticos adquiridos na infância formam a base para os futuros hábitos alimentares da criança escolar, do adolescente e do adulto.
O processo de refinamento ou industrialização de modo geral, torna os carboidratos mais susceptíveis à fermentação por microorganismos cariogênicos. Assim, alimentos refinados que contenham amido, como pão ou biscoitos, são potencialmente mais cariogênicos em relação a carboidratos não refinados. O mel também é contra indicado no primeiro ano de vida, por ser metabolizado por bactérias cariogênicas.
Portanto, como prevenção da cárie dentária é importante ressaltar as seguintes orientações:
1. Estímulo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses; a partir de então, iniciar a introdução de alimentos sólidos de modo que a alimentação da criança em torno dos 12 meses seja semelhante à do restante da família. Desestimular o aleitamento materno sob livre demanda após os 12 meses, em função do risco de carências nutricionais e cárie precoce na infância.
2. Introdução de sacarose o mais tarde possível, de preferência só após os 12 meses, de forma que a criança reconheça o sabor natural dos alimentos e que não se estabeleça uma placa bacteriana qualitativamente cariogênica nas superfícies dentárias.
3. Manter intervalos regulares entre as refeições, permitindo o retorno do pH à neutralidade de forma a proporcionar equilíbrio entre os processos naturais de desmineralização e remineralização que ocorrem na superfície dentária.
4. Racionalizar o consumo de sacarose, de preferência logo após as refeições (mas nunca como “recompensa”).
Enfim, procure sempre profissionais habilitados, como odontólogos e nutricionistas para conduzirem melhor essa transição alimentar sem prejudicar a saúde bucal. Até a próxima!


Equipe de Psicopedagogia da EEFMT Professora Dagmar Ribas Trindade
Ana Maria C. Sartorato – RG. 11.159.933-7
Regina Célia S. Chicazawa – RG. 19.128.636-9

Nenhum comentário: