Saúde
Bucal na Infância e Alimentação Saudável
As doenças bucais são as mais
frequentes entre as doenças crônicas, sendo consideradas problemas de saúde
pública devido à sua prevalência, ao impacto que têm nos indivíduos e na
sociedade, além do custo do tratamento.
Entre os agravos à saúde bucal
em crianças destaca-se a cárie dentária, que continua a afetar bebês, pré-escolares
e escolares em todo o mundo e pode levar à dor, dificuldades mastigatórias,
problemas na função da fala, distúrbios gastrointestinais e problemas
psicológicos.
A literatura científica tem
indicado que a nutrição tem papel relevante na promoção de saúde bucal e na
prevenção de agravos, já que, entre outros fatores:
1. Práticas alimentares
adequadas durante a infância constituem fator essencial para o desenvolvimento
anatômico e funcional da cavidade bucal e demais estruturas faciais em
condições de normalidade.
2. Práticas alimentares que
incluem o consumo frequente de determinados carboidratos representam
“causa necessária” para a ocorrência de cárie dentária em crianças.
Primeiramente, a literatura tem
mostrado que o aleitamento materno é um fator primordial no preparo e
aprimoramento da condição neuromuscular das estruturas da face de cavidade
bucal. Por outro lado, o uso de mamadeiras e chupetas desde as primeiras
semanas de vida tem sido associado a condições patológicas como mordida aberta
e protrusão acentuada dos dentes.
Evidências históricas e estudos
epidemiológicos possibilitaram a compreensão de que a dieta, particularmente em
termos de seu alto teor de carboidratos refinados, é uma variável de
importância crucial no processo de cárie dentária. A sacarose é o mais
cariogênico de todos os carboidratos e sua introdução já no primeiro ano de
vida do bebê, época em que estão rompendo todos os dentes permite a implantação
de bactérias cariogênicas além de sua influência sobre o paladar do bebê,
determinando suas preferências alimentares futuras. Os padrões dietéticos
adquiridos na infância formam a base para os futuros hábitos alimentares da
criança escolar, do adolescente e do adulto.
O processo de refinamento ou
industrialização de modo geral, torna os carboidratos mais susceptíveis à
fermentação por microorganismos cariogênicos. Assim, alimentos refinados que
contenham amido, como pão ou biscoitos, são potencialmente mais cariogênicos em
relação a carboidratos não refinados. O mel também é contra indicado no
primeiro ano de vida, por ser metabolizado por bactérias cariogênicas.
Portanto, como prevenção da
cárie dentária é importante ressaltar as seguintes orientações:
1. Estímulo ao aleitamento
materno exclusivo até os 6 meses; a partir de então, iniciar a introdução de
alimentos sólidos de modo que a alimentação da criança em torno dos 12 meses
seja semelhante à do restante da família. Desestimular o aleitamento materno
sob livre demanda após os 12 meses, em função do risco de carências
nutricionais e cárie precoce na infância.
2. Introdução de sacarose o
mais tarde possível, de preferência só após os 12 meses, de forma que a
criança reconheça o sabor natural dos alimentos e que não se estabeleça uma
placa bacteriana qualitativamente cariogênica nas superfícies dentárias.
3. Manter intervalos
regulares entre as refeições, permitindo o retorno do pH à neutralidade de
forma a proporcionar equilíbrio entre os processos naturais de desmineralização
e remineralização que ocorrem na superfície dentária.
4. Racionalizar o consumo de
sacarose, de preferência logo após as refeições (mas nunca como “recompensa”).
Enfim, procure sempre profissionais habilitados,
como odontólogos e nutricionistas para conduzirem melhor essa transição
alimentar sem prejudicar a saúde bucal. Até a próxima!
Equipe
de Psicopedagogia da EEFMT Professora Dagmar Ribas Trindade
Ana Maria C. Sartorato – RG.
11.159.933-7
Regina Célia S. Chicazawa – RG.
19.128.636-9
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