Dia 14 de agosto é “Dia de Combate à Poluição” e é claro que não poderíamos ficar sem falar da tal POLUIÇÃO SONORA, um dos maiores problemas da vida moderna.
Vivemos expostos ao ruído todos os dias e na maior parte do tempo. De certa forma, parece que nos acostumamos com ele. Quando, em meio a todas as atribuições que temos em nosso dia a dia, conseguimos parar um pouco para refletir sobre isto, podemos perceber os prejuízos que essa convivência nos traz.
O estresse, distúrbios do sono, dores de cabeça, falta de concentração, aumento do batimento cardíaco, distúrbios digestivos, alergias, perda da capacidade auditiva, surdez... são os principais sintomas da poluição sonora.
Na escola, muitos de nós já notamos que há dias em que é difícil almoçar descansados na cantina devido ao excesso de ruído provocado pelas pessoas falando e movimentando-se. E o que dizer de algumas aulas em que a voz do professor é completamente abafada pelo excesso de conversa e barulho?
Isso reflete uma tendência que a grande maioria das pessoas tem de fazer barulho sem se importar com as suas conseqüências. E este fenômeno é tão comum que as pessoas acham que só os outros fazem barulho, sem repararem no próprio barulho que fazem.
Os altos níveis de pressão sonora (NPS) comprometem o desempenho escolar além de prejudicar as condições de trabalho e saúde de professores e alunos. As crianças, em geral, são as mais prejudicadas, pois estão na fase de aquisição de vocabulário e leitura, nem sempre compreendendo com exatidão as palavras proferidas por seus professores. Assim, se o ambiente for acusticamente inadequado, esse grupo de estudantes será potencialmente o mais prejudicado.
Outros aspectos que ficam evidentes, em crianças e adolescentes, são: a perda de concentração, desinteresse, mudança de comportamento, decréscimo da capacidade de trabalho, reações de estresse e aumento significativo do tom de voz na comunicação verbal.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite tolerável ao ouvido humano é de 65 decibéis e acima disto o nosso organismo sofre estresse. Este por sua vez aumenta o risco de doenças.
Ruídos acima de 85 decibéis aumentam o risco de comprometimento auditivo, havendo relação com o tempo de exposição. Assim, dois fatores são determinantes para a amplitude do dano à audição: a intensidade do barulho e o tempo que se expõe a este.
A perda da audição provocada pelo ruído ou perda auditiva induzida por ruído (PAIR) relacionada ao trabalho é uma diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora.
A perda da audição, o efeito mais comum associado ao excesso de ruído, pode ser causado por várias atividades da vida diária. Há por exemplo, perda de audição pelo uso prolongado de tocadores de MP3 em altos volumes.
Vale lembrar que a perda da audição causada pelo ruído é uma condição irreversível, pois, uma vez lesionada, não há regeneração da célula nervosa responsável pela audição.
Fontes Geradoras e seus efeitos
Fonte | Decibéis | Sensação | Tempo de Exposição* |
Turbina de avião | 130 | Dor | - |
Britadeira | 120 | Dor auditiva | 3minutos |
Show de rock (com distância de 1 a 2 metros da caixa de som) | 105-120 | Perda auditiva | 15 minutos |
Buzina/Discoteca | 100 | Perda auditiva | 01 hora |
Trânsito pesado | 90 | Fadiga | 04 horas |
Trânsito | 85 | Pressão auditiva | 08 horas |
Escritório | 60/70 | Incômodo/suportável | - |
Ambiente calmo | 30/50 | Confortável | - |
Balançar das folhagens | 10/30 | Silencioso | - |
(*) Tempo de exposição é o tempo máximo que uma pessoa pode ficar exposta ao som sem ocorrer dano físico.
Fonte:
Santos, T.M.M. Projeto: POLUIÇÃO SONORA NA ESCOLA: EFEITOS SOBRE O PROFESSOR E SOBRE O ALUNO. Linha de pesquisa: Procedimentos e Implicações Psicossociais nos Distúrbios da Audição - Início: 2008
Doenças Relacionadas ao Trabalho - Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil - Representação do Brasil da OPAS/OMS. Série A. Normas Manuais Técnicos; n. 114. Brasília, DF – Brasil 2001
Imagem: Google imagens
Equipe de Fonoaudiologia EEFMT Professora Maria Theodora Pedreira de Freitas
Luciane Barufi de Macedo (CRFa: 11031)
Renata Cano Ferreira Freitas (CRFa: 14332)
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