quinta-feira, 29 de março de 2012

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Aborto e seus riscos a saúde da mulher

Muito se discute na sociedade brasileira sobre a legalização ou não do aborto, entretanto pouco se sabe sobre seus riscos. O aborto é a interrupção da gravidez pela morte do feto ou embrião, junto com os anexos ovulares podendo ser espontâneo ou provocado. O feto expulso com menos de 0,5 kg ou 20 semanas de gestação é considerado abortado.
No Brasil, o aborto voluntário é permitido quando necessário e autorizado judicialmente, para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez for resultante de estupro. O aborto, fora esses casos, é ilegal e está sujeito a pena de detenção ou reclusão.

Aborto espontâneo
O aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso parto". Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo que ¾ ocorrem nos três primeiros meses de gravidez. A causa do aborto espontâneo no primeiro trimestre são distúrbios de origem genética.
Em cerca de 70% dos casos, esses embriões são portadores de anomalias cromossômicas incompatíveis com a vida, no qual o ovo primeiro morre e em seguida é expulso. Nos abortos do segundo trimestre, o ovo é expulso devido a causas externas a ele (incontinência do colo uterino, má formação uterina, insuficiência de desenvolvimento uterino, fibroma, infecções do embrião e de seus anexos).

Aborto provocado
Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; seja pela extração do feto da cavidade uterina através de cirurgia, ou seja, pelo uso de medicações abortivas. Estima-se que seja realizado anualmente no mundo mais de 40 milhões de abortos cirúrgicos, a maioria em condições precárias devido à ilegalidade do procedimento, com sérios riscos para a saúde da mulher. 
Outro método abortivo provocado de extremo perigo para a vida da mãe é a utilização de medicações, ervas colocadas via intravaginal e chás abortivos. Estes procedimentos também constituem em um ato ilegal em nosso país, além de ser considerado um grande problema da Saúde Pública. Em caso de falhas no aborto, alterações graves podem acometer o bebê.

Riscos do aborto
As complicações mais comuns do aborto são o aborto incompleto, a sepse, a hemorragia e a lesão intra-abdominal. Estas complicações são graves e podem rapidamente levar a morte da paciente. Além disso, a mulher que sobrevive às complicações que surgem imediatamente depois do aborto, tem a possibilidade de sofrer incapacidade para o resto de sua vida ou enfrenta um alto risco de sofrer complicações em futura gravidez.
Relataremos a seguir tais complicações:
Aborto incompleto: a complicação mais comum do aborto ocorre quando restos de tecido fetal permanecem no útero depois de um aborto espontâneo ou induzido seja por cirurgia ou através de medicações. Entre os sintomas típicos figuram a dor pélvica, câimbras, dor nas costas, sangramento persistente e um útero mole e aumentado.
Sepse (Infecção): a sepse ocorre durante o aborto quando a cavidade endometrial e seu conteúdo são infectados, geralmente em decorrência da introdução de instrumental contaminado no colo uterino ou quando tecido residual permanece no útero (aborto incompleto). Além de sofrer os sintomas gerais do aborto incompleto, a mulher com sepse apresenta febre, calafrios e secreção vaginal fétida (“mau cheiro”). O sangramento pode ser leve ou intenso. Os primeiros sinais de aborto séptico freqüentemente aparecem poucos dias depois de um aborto espontâneo ou induzido. Do útero, a infecção pode propagar-se rapidamente e converter-se em sepse abdominal generalizada. Febre alta, dificuldade respiratória e hipotensão (pressão baixa) tendem a indicar uma infecção mais extensa e de alto risco.
Hemorragia: sangramento contínuo pode ocorrer quando um aborto incompleto não é tratado. Ainda, algumas técnicas para induzir o aborto, tais como a curetagem uterina ou a introdução de varetas ou outros objetos no colo uterino, podem causar lesões intra-abdominais que produzem sangramento profuso. As ervas, drogas ou químicos cáusticos ingeridos ou introduzidos na vagina ou no colo uterino podem provocar reações tóxicas e produzir hemorragia. O risco de hemorragia pós-aborto aumenta com a idade gestacional, assim como com o uso de anestesia geral durante o aborto induzido em condições inadequadas.
Lesão intra-abdominal: ao introduzir instrumentos no colo uterino para induzir um aborto, se pode cortar ou perfurar o colo, o útero e outros órgãos internos. A lesão mais comum é a perfuração da parede uterina. Também podem ser lesionados os ovários, as trompas de Falópio, o intestino, a bexiga ou reto. Uma lesão intra-abdominal pode ocasionar uma hemorragia interna na qual se manifeste pouco ou nenhum sangramento vaginal.
Além de complicações físicas, alterações psicológicas estão associadas ao aborto como a queda na autoestima pessoal pela destruição do próprio filho, frigidez (perda do desejo sexual), aversão ao marido ou ao amante, culpabilidade ou frustração de seu instinto materno, desordens nervosas, insônia, neuroses diversas, doenças psicossomáticas, depressões, alcoolismo e tabagismo.
Sendo assim, este texto tem o intuito de alertar que o aborto além de ser um ato ilegal (exceto em casos de risco a vida da mãe e de estupro) é um procedimento de alto risco para a saúde e a vida da mulher.

Fontes:

Equipe de Odontologia da EEFMT Profª Dagmar Ribas Trindade
Dr. Fábio Augusto Baságlia (CRO-SP: 47327)
Dra. Patrícia Fernanda Ramalho Spina (CRO-SP: 80193)
ASB: Raquel Aparecida de Oliveira (CRO-SP: 1583)

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