O que o tabagismo pode causar?
Doenças associadas ao uso dos derivados do tabaco:
- Impotência sexual no homem;
- Complicações na gravidez;
- Aneurismas arteriais;
- Úlcera do aparelho digestivo;
- Infecções respiratórias;
- Trombose vascular.
As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte
por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte
por câncer. As estimativas sobre a incidência e mortalidade por câncer no
Brasil, publicadas anualmente pelo INCA indicam que, em 2003, 22.085 pessoas
deverão adoecer de câncer de pulmão (15.165 entre homens e 6.920 entre
mulheres) causando cerca de 16.230 mortes. Desse total de óbitos, 11.315
deverão ocorrer entre os homens e 4.915 entre mulheres.
Porém, ao parar de fumar, o risco de ter essas doenças vai diminuindo
gradativamente e o organismo do ex-fumante vai se restabelecendo.
Tabagismo passivo
Define-se tabagismo passivo como a poluição decorrente da fumaça de
derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros
produtores de fumaça) por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes em
ambientes fechados. A fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é
denominada de poluição tabagística ambiental (PTA).
E, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a maior em ambientes
fechados e o tabagismo passivo, a 3ª maior causa de morte evitável no mundo,
subsequente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool (IARC, 1987;
Surgeon General, 1986; Glantz, 1995).
O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais
monóxido de carbono, e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que
a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do
cigarro.
A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes
fechados com fumantes causa:
1 - Em adultos não fumantes:
Maior
risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição
à fumaça;
Um
risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os
não fumantes que não se expõem.
2 - Em crianças:
Maior
frequência de resfriados e infecções do ouvido médio;
Risco
maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e exacerbação da asma.
3 - Em bebês:
Um
risco 5 vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da
Morte Súbita Infantil);
Maior
risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade, proporcionalmente ao número de
fumantes em casa.
Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos da poluição tabagística
ambiental, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse,
cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias
e aumento dos problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial
e angina (dor no peito). Outros efeitos a médio e longo prazo são a redução da
capacidade funcional respiratória (o quanto o pulmão é capaz de exercer a sua
função), aumento do risco de ter aterosclerose e aumento do número de infecções
respiratórias em crianças.
Os dois componentes principais da poluição tabagística ambiental (PTA)
são a fumaça exalada pelo fumante (corrente primária) e a fumaça que sai da
ponta do cigarro (corrente secundária). Sendo, esta última o principal
componente da PTA, pois em 96% do tempo total da queima dos derivados do tabaco
ela é formada. Porém, algumas substâncias, como nicotina, monóxido de carbono,
amônia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontrados em
quantidades mais elevadas. Isto porque não são filtradas e devido ao fato de
que os cigarros queimam em baixa temperatura, tornando a combustão incompleta
(IARC, 1987). Em uma análise feita pelo INCA, em 1996, em cinco marcas de
cigarros comercializados no Brasil, verificou-se níveis duas 2 vezes maiores de
alcatrão, 4,5 vezes maiores de nicotina e 3,7 vezes maiores de monóxido de
carbono na fumaça que sai da ponta do cigarro do que na fumaça exalada pelo
fumante. Os níveis de amônia na corrente secundária chegaram a ser 791 vezes
superior que na corrente primária. A amônia alcaliniza a fumaça do cigarro,
contribuindo assim para uma maior absorção de nicotina pelos fumantes,
tornando-os mais dependentes da droga e é, também, o principal componente
irritante da fumaça do tabaco (Ministério da Saúde, 1996).
Fonte: Ministério
da Saúde, Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, Instituto Nacional do
Câncer, Coordenação nacional do Controle do Tabagismo e Prevenção Primária do
Câncer – INCA.
Equipe de
Enfermagem EEFMT Professora Dagmar Ribas Trindade
Patrícia Martins de Mendonça
(COREN: 021774)
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