EXERCÍCIOS FÍSICOS E SAÚDE DO CORAÇÃO
Estudos
recentes feitos com 259 crianças pela Universidade de Illinois (EUA),
concluíram que os estudantes que se saíam melhor nas atividades físicas tinham
também melhor desempenho escolar. Assim constataram que a atividade física
ajuda a melhorar o desempenho do cérebro.
No Brasil
neurocientistas de importantes universidades também concordam com o estudo e o
assunto também mereceu matéria de capa de uma importante revista semanal
brasileira. Ou seja, quebrou-se o mito de que os neurônios (células nervosas do
cérebro) se perdem. Ao contrário, o cérebro produz novas células e pode se
manter jovem evitando falha de memória ou perda de raciocínio.
"Quando nós corremos, caminhamos, pedalamos ou nadamos, numa
atividade uniforme, estamos aumentando o número de neurônios e, quando
exercemos movimentos de complexa realização, criamos conexões interneurais. Por
esse motivo a atividade física é um elemento primordial para manter o cérebro
jovem e ativo e evitar falha de memória, perda de raciocínio, mal de
Alzheimer..."
Atividades
como correr, nadar, pedalar, andar ou qualquer outra que exija um desempenho
cardiovascular (musculação, por exemplo, não vale) alteram o padrão do
funcionamento das células cerebrais, pois os exercícios melhoram a oxigenação e
a comunicação entre as células nervosas - sinapse. E essa comunicação mais
rápida entre os neurônios nos deixa mais 'espertos' e com raciocínio mais
rápido.
Anos 60
Ainda no
final dos anos 60, batalhava junto ao academismo sobre meu ponto de vista que
se podia chegar ao cérebro pelo músculo - trocando em miúdos - é exatamente
isso: a atividade física melhora o desempenho cerebral. Para a visão acadêmica
da época isso era uma maluquice.
Eu tinha
uma idéia muito concreta de que o nosso organismo era, e é regido por leis
básicas e fundamentais que são seguidas por todos os órgãos. Dizia que o
organismo era uno, uma coisa só, e reagia sempre da mesma forma, independente
do órgão em questão.
Assim havia
chegado à conclusão que existe uma lei básica de ação e reação: todo órgão mais
usado, e mais exigido, torna-se mais desenvolvido. Entendia que essa lei comum
a todo o organismo, dava ao músculo o poder de reagir a um esforço e se
transformar, desenvolvendo-se.
Então o
cérebro nada mais era do que outro órgão com funções extremamente específicas e
diferentes das do músculo, mas que obedecia às mesmas regras orgânicas. Não
havia absolutamente nenhuma diferença entre o músculo e o cérebro. Dizia também
que se o fígado se regenerava, por que os neurônios também não obedeceriam essa
mesma lei?
A atividade
física que exige um esforço cardiovascular melhora o funcionamento do coração,
que ejetará mais sangue na corrente circulatória. Com isso, fígado rins e
demais órgãos são beneficiados e o mesmo acontece com o cérebro. Ou seja, ele
depende do sangue que o nutre da mesma maneira que o fígado, o baço, os rins...
Obstáculos
Havia dois
obstáculos para aceitar a relação entre atividade física e cerebral
1º) A "ditadura do intelecto" do século passado colocava o músculo
como a parte mais insignificante do corpo, esquecendo-se completamente de que
esse nada mais é do que o "braço" do cérebro. Ou seja, o músculo como
"braço do cérebro" está de tal maneira ligada a ele que é
absolutamente impossível um viver sem outro.
2º) A medicina da época separava o ser humano em compartimentos estanques e
incomunicáveis.
"Chegar
ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo"
Quanto mais
trabalhamos nossos músculos através de movimentos complexos, mais nós exigimos
uma participação mais incisiva do cérebro. Foi nessa época que criei a famosa
frase: "Chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo".
Quando nós
corremos, caminhamos, pedalamos ou nadamos, numa atividade uniforme, estamos
aumentando o número de neurônios e, quando exercemos movimentos de complexa
realização, criamos conexões interneurais. Por esse motivo a atividade física é
um elemento primordial para manter o cérebro jovem e ativo e evitar falha de
memória, perda de raciocínio, mal de Alzheimer...
Um cérebro
mais vigoroso torna-se mais capaz de lidar com os desafios.
Cérebro e
músculos
O trabalho
muscular exige um trabalho do cérebro. Para dar conta de cada movimento que
realizamos, miríades de músculos entram em ação. E como o músculo trabalha pela lei do tudo
ou nada - ou ele se contrai ou não - cada uma de suas milhões de *miofibrilas
são exigidas para a realização daquele exato movimento. Quanto mais complexo o
movimento, mais músculos agem e mais o cérebro trabalha.
Há toda uma
sinergia muscular em torno do movimento para que ele saia perfeito. São milhões
de miofibrilas contraindo-se dentro de cada fibra que compõe cada músculo.
Qual deve
ser a frequência da atividade física?
Temos que
levar em conta o aspecto fisiológico (momento cardiovascular) de cada um. O
trabalho físico deve ser regular e sistemático e sempre necessita de uma pausa
para restabelecer as unidades celulares e musculares.
*Miofibrila
= Fibra contrátil presente no interior das células musculares.
Nuno Cobra
Reprodução:
Equipe de Psicopedagogia da EEFMT
Professora Dagmar Ribas Trindade
Ana Maria C.
Sartorato – RG. 11.159.933-7
Regina Célia
S. Chicazawa – RG. 19.128.636-9