quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Nossas matérias


EXERCÍCIOS FÍSICOS E SAÚDE DO CORAÇÃO

Estudos recentes feitos com 259 crianças pela Universidade de Illinois (EUA), concluíram que os estudantes que se saíam melhor nas atividades físicas tinham também melhor desempenho escolar. Assim constataram que a atividade física ajuda a melhorar o desempenho do cérebro.
No Brasil neurocientistas de importantes universidades também concordam com o estudo e o assunto também mereceu matéria de capa de uma importante revista semanal brasileira. Ou seja, quebrou-se o mito de que os neurônios (células nervosas do cérebro) se perdem. Ao contrário, o cérebro produz novas células e pode se manter jovem evitando falha de memória ou perda de raciocínio.
"Quando nós corremos, caminhamos, pedalamos ou nadamos, numa atividade uniforme, estamos aumentando o número de neurônios e, quando exercemos movimentos de complexa realização, criamos conexões interneurais. Por esse motivo a atividade física é um elemento primordial para manter o cérebro jovem e ativo e evitar falha de memória, perda de raciocínio, mal de Alzheimer..."
Atividades como correr, nadar, pedalar, andar ou qualquer outra que exija um desempenho cardiovascular (musculação, por exemplo, não vale) alteram o padrão do funcionamento das células cerebrais, pois os exercícios melhoram a oxigenação e a comunicação entre as células nervosas - sinapse. E essa comunicação mais rápida entre os neurônios nos deixa mais 'espertos' e com raciocínio mais rápido.

Anos 60
Ainda no final dos anos 60, batalhava junto ao academismo sobre meu ponto de vista que se podia chegar ao cérebro pelo músculo - trocando em miúdos - é exatamente isso: a atividade física melhora o desempenho cerebral. Para a visão acadêmica da época isso era uma maluquice.
Eu tinha uma idéia muito concreta de que o nosso organismo era, e é regido por leis básicas e fundamentais que são seguidas por todos os órgãos. Dizia que o organismo era uno, uma coisa só, e reagia sempre da mesma forma, independente do órgão em questão.
Assim havia chegado à conclusão que existe uma lei básica de ação e reação: todo órgão mais usado, e mais exigido, torna-se mais desenvolvido. Entendia que essa lei comum a todo o organismo, dava ao músculo o poder de reagir a um esforço e se transformar, desenvolvendo-se.
Então o cérebro nada mais era do que outro órgão com funções extremamente específicas e diferentes das do músculo, mas que obedecia às mesmas regras orgânicas. Não havia absolutamente nenhuma diferença entre o músculo e o cérebro. Dizia também que se o fígado se regenerava, por que os neurônios também não obedeceriam essa mesma lei?
A atividade física que exige um esforço cardiovascular melhora o funcionamento do coração, que ejetará mais sangue na corrente circulatória. Com isso, fígado rins e demais órgãos são beneficiados e o mesmo acontece com o cérebro. Ou seja, ele depende do sangue que o nutre da mesma maneira que o fígado, o baço, os rins...

Obstáculos
Havia dois obstáculos para aceitar a relação entre atividade física e cerebral
1º) A "ditadura do intelecto" do século passado colocava o músculo como a parte mais insignificante do corpo, esquecendo-se completamente de que esse nada mais é do que o "braço" do cérebro. Ou seja, o músculo como "braço do cérebro" está de tal maneira ligada a ele que é absolutamente impossível um viver sem outro.
2º) A medicina da época separava o ser humano em compartimentos estanques e incomunicáveis.
"Chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo"
Quanto mais trabalhamos nossos músculos através de movimentos complexos, mais nós exigimos uma participação mais incisiva do cérebro. Foi nessa época que criei a famosa frase: "Chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo".
Quando nós corremos, caminhamos, pedalamos ou nadamos, numa atividade uniforme, estamos aumentando o número de neurônios e, quando exercemos movimentos de complexa realização, criamos conexões interneurais. Por esse motivo a atividade física é um elemento primordial para manter o cérebro jovem e ativo e evitar falha de memória, perda de raciocínio, mal de Alzheimer...
Um cérebro mais vigoroso torna-se mais capaz de lidar com os desafios.
Cérebro e músculos
O trabalho muscular exige um trabalho do cérebro. Para dar conta de cada movimento que realizamos, miríades de músculos entram em ação. E como o músculo trabalha pela lei do tudo ou nada - ou ele se contrai ou não - cada uma de suas milhões de *miofibrilas são exigidas para a realização daquele exato movimento. Quanto mais complexo o movimento, mais músculos agem e mais o cérebro trabalha.
Há toda uma sinergia muscular em torno do movimento para que ele saia perfeito. São milhões de miofibrilas contraindo-se dentro de cada fibra que compõe cada músculo.
Qual deve ser a frequência da atividade física?
Temos que levar em conta o aspecto fisiológico (momento cardiovascular) de cada um. O trabalho físico deve ser regular e sistemático e sempre necessita de uma pausa para restabelecer as unidades celulares e musculares.

*Miofibrila = Fibra contrátil presente no interior das células musculares.

Nuno Cobra

Reprodução:

Equipe de Psicopedagogia da EEFMT Professora Dagmar Ribas Trindade
Ana Maria C. Sartorato – RG. 11.159.933-7
Regina Célia S. Chicazawa – RG. 19.128.636-9

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