OBESIDADE
INFANTIL, HIPERCOLESTEROLEMIA E PROBLEMAS NO CORAÇÃO
A
saúde na infância reflete como serão depois de crescidos. Estudos indicam que a obesidade infantil está cinco vezes
maior do que há vinte anos, que cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes
são obesos e também que 8 em cada 10 continuam a ter excesso de peso na fase
adulta. O bom é que nessa faixa etária, o problema ainda é reversível,
mas é necessária participação diária dos pais. Atualmente, uma das preocupações
da obesidade infantil é o elevado nível de colesterol no sangue das crianças e
adolescentes, a chamada Hipercolesterolemia, pois é conhecido que nos adultos o
colesterol alto indica maior risco de desenvolver aterosclerose (placas de
gordura que leva ao entupimento das artérias) aumentando o risco de doenças
cardiovasculares como o infarto do miocárdio e ao acidente vascular cerebral,
conhecido popularmente como “derrame”.
Estudos
recentes relatam que crianças com Hipercolesterolemia já
apresentam sinais de inflamação nos vasos sanguíneos, reforçando a importância
do controle de peso na infância.
A Hipercolesterolemia
é uma condição que se caracteriza pela presença de taxas elevadas de colesterol
no sangue, bem acima dos 200 mg/decilitro, o que afeta um quinto da população brasileira,
especialmente as pessoas com mais de 45 anos, segundo a Sociedade Brasileira de
Cardiologia.
Ocorre
que essa substância é transportada por lipoproteínas principalmente de baixa
(LDL) e de alta (HDL) densidade. O problema está nas de baixa densidade (LDL),
que levam o colesterol para a circulação e permitem que ele se deposite nas
artérias por isso, são conhecidas como “colesterol ruim”. As lipoproteínas de
alta densidade (LDL), ao contrário, têm um efeito protetor sobre a saúde
cardiovascular, pois carregam o colesterol para fora das artérias daí porque
são tidas como “colesterol bom”. Por haver essa diferença, o controle e o
tratamento da hipercolesterolemia visam não apenas à redução dos níveis totais
da substância no sangue, que são formados pela soma dos valores de LDL e HDL,
mas a uma proporção saudável entre as duas frações, de forma que haja menos
colesterol ruim e mais colesterol bom.
Pode
também ocorrer uma predisposição genética, ou seja, da herança de alterações
nos genes que interferem no metabolismo de gorduras, associada a uma vida
sedentária e a uma alimentação pouco saudável, com a ingestão farta e freqüente
de gordura animal e do tipo trans, presente em margarinas, biscoitos,
salgadinhos, fast-food e diversos
outros produtos industrializados. Algumas doenças também causam níveis elevados
de colesterol, a exemplo do hipotiroidismo, da insuficiência renal e de
problemas no fígado.
Tratamento
e prevenções
O
tratamento combina reorientação alimentar, prática regular de atividade física,
que é o único método comprovado de elevar os níveis do colesterol protetor e
medicamentos.
Algumas
pessoas experimentam queda nos níveis totais de colesterol apenas com as
mudanças no estilo de vida. Outras, mesmo com dieta
e atividade física, não conseguem apresentar melhora significativa por
conta da forte predisposição genética, precisando dos fármacos. A prescrição
dos medicamentos, porém, varia conforme a idade do indivíduo e a presença de
outros fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Independentemente
de ter história de parentes com colesterol elevado e com doenças
cardiovasculares na família, toda pessoa deve manter uma alimentação saudável
desde os primeiros anos de vida, com a ingestão diária de fibras, que ajudam a
reduzir a absorção de colesterol pelo intestino, e de gorduras de origem
vegetal, sobretudo as monoinsaturadas, como o azeite de oliva, que comprovadamente
atuam na redução do LDL da circulação.
As
crianças devem limitar o consumo de alimentos voltados ao público infantil que
contenham gordura trans, ainda presente em muitas redes de fast-food e em
diversos produtos industrializados que na maioria das
vezes são pobres em nutrientes e ricos em açúcar, gorduras e sódio.
Sendo
assim, é fundamental o controle do peso, dos níveis de colesterol e da
introdução de um estilo de vida saudável na infância e adolescência, pois certamente
isso refletirá no coração quando chegar na vida adulta.
FONTE:
Equipe
de Odontologia da EEFMT Profª Dagmar Ribas Trindade
Dr.
Fábio Augusto Baságlia
(CRO-SP:
47327)
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